sábado, 3 de novembro de 2012






WORKSHOP EM BUSCA DAS ORIGENS III
MÉTODO FELDENKRAIS, TERAPIA REICHIANA E MEDITAÇÃO
Dias 19/20 e 21 de outubro de 2012 em Corrêas na Vila Açu.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Feldenkrais no Instituto da Dança - Ipanema

GRUPOS DE CONSCIÊNCIA PELO MOVIMENTO

MÉTODO FELDENKRAIS


INSTITUTO DA DANÇA
RUA TEIXEIRA DE MELO 87-3o ANDAR- IPANEMA.

HORÁRIOS: 3as ÀS 18:30 E 6as ÀS 13:30.

 Um lugar amplo com possiblidades infinitas de experimentar seu corpo, em movimentos pouco habituais, que estimulam a formação de novas sinapses.

Venha experimentar mover-se com prazer e leveza!






 "Tornar o impossível possível, o possível fácil, e o fácil prazeroso e elegante!" Moshe Feldenkrais.






"Movimento é vida! A vida é um processo, melhore a qualidade do processo e vc melhora a própria vida!"Moshe Feldenkrais.

Saindo da Armadura


Texto escrito para anais do Congresso de Psicoterapias Corporais de Curitiba. 


SAINDO DA ARMADURA....
Kelly Cristine Vieira Lemos
RESUMO
Nosso corpo está sempre em transformação, de acordo com a experiências moldamos, formamos, encouraçamos e desencouraçamos nosso corpo. O corpo possui os movimentos de expansão e de contração que seriam naturais e fisiológicos, porém podem tornar-se crônicos originando as couraças. A Terapia Reichiana tem uma proposta de abrandamento das couraças através de intervenções verbais e corporais onde há liberação de sentimentos e impulsos a muito reprimidos. O método Feldenkrais traz nova possibilidade através de movimentos suaves e pouco habituais no trazer formas novas de nos movermos física e psiquicamente, atua como uma educação somática. O processo de consciência pelo movimento afia a ligação da pessoa com a inteligência do seu organismo. Você não sabe o que não sabe e só quando se permite experimentar uma maneira de agir que nunca tenha tentado antes é que será capaz de sentir que está acontecendo algo novo, logo, não faça algo bem, faça de outro jeito.

PALAVRAS CHAVES: Couraças. Método Feldenkrais. Terapia Corporal.
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Desde a concepção o nosso se forma e se transforma continuamente...e essa transformação traz registros emocionais, experiências e formas ao nosso corpo.
Segundo Eva Reich (1997), o ser humano se retrai com medo e com a dor, esse retraimento pode ser chamado de contração. O seu contrário é a expansão, o campo energético expande-se nas sensações prazerosas. Esses movimentos são fisiológicos e indicam saúde no organismo.
As contrações musculares diante do medo nos preparam para uma ação e depois cedem, seriam contrações musculares temporárias e naturais. Essas contrações podem deixar de ser naturais e tornarem-se crônicas quando se mantem mesmo diante de algo nem tão ameaçador, o nosso corpo está sempre num estado de alerta, onde permanece em contração, logo, este fluxo energético e o movimento entre contração e expansão está bloqueado, este seria o conceito de encouraçamento (BAKER, 1980).
Reich (1989) afirmou que para sucesso na análise do caráter o analista teria que atravessar a barreira narcísica, pois não é fácil se deixar analisar. Anos depois no livro a função do orgasmo, Reich (1995) afirma que como a couraça limita o paciente, é claro que a sua inabilidade para expressar-se fazia parte da enfermidade e que a resistência não é tanta má vontade como pensavam muitos analistas. Passou a observar mais o corpo e as expressões do paciente, onde mesmo em silêncio os pacientes se revelavam. “As palavras podem mentir. A expressão nunca mente.” (REICH,1995,p.151).
Estas couraças ocorrem a nível muscular, visceral, tissular e forma-se para reprimir emoções e impulsos, e podem ser hipo-orgonóticas, onde há desvitalização, baixa irrigação e hipotonia muscular tendendo a ser frias e pálidas; ou hiper-orgonóticas onde há  hipertonia muscular, congestão líquida, hipersensibilidade, tendendo a ser quentes e doloridas (TROTTA, 1999).
Segundo Navarro (1996), os segmentos corporais foram chamados de “níveis” por Reich e são sete:
·                Segmento Ocular;
·                Segmento Oral;
·                Segmento cervical;
·                Segmento Torácico;
·                Segmento Diafragmático;
·                Segmento Abdominal; e
·                Segmento pélvico.
Cada segmento tem seus bloqueios e relação com a problemática do indivíduo e todo trabalho da terapia corporal é atuar nessas couraças resgatando essa pulsação natural entre a contração e o relaxamento corporal.  
Obviamente este é um processo que inclui a análise do caráter, e o uso do corpo durante todo processo. A intervenção inclui técnicas verbais e corporais que visam desencouraçamento, liberação de impulsos e emoções reprimidas, a elaboração de conteúdos psíquicos favorecendo a restauração e pulsação de fluxos orgonóticos (TROTTA, 1999).
Segundo Navarro (1995) o desbloqueio deveria acompanhar os segmentos em ordem sequencial do primeiro ao sétimo.
Baker (1980), afirma que os segmentos são interligados que o desbloqueio num determinado segmento pode acentuar outros. Embora os segmentos sejam vistos didaticamente separados e tratados como independentes, esta autonomia não deveria ser tomada de forma radical uma vez que cada segmento corresponde a um todo e estamos trabalhando com um organismo total que funciona segundo uma interdependência de todas as suas partes.
Eva Reich (1995), afirma que a couraça corporal serve como proteção do contato com sentimentos angustiantes e que nos impede de viver mais plenamente, e ressalta que deve-se ter cuidado com terapias que acreditam que a couraça deve ser quebrada como uma casca de noz, pois aí há o perigo de uma nova lesão, a formação de uma couraça mais forte até um estilhaçamento da  personalidade. Ela desenvolveu a bioenergética suave onde um dos princípios é o do Estímulo mínimo onde afirma:
[...] quando tocamos o corpo do paciente, esse toque não deve ser doloroso, o trabalho deve ficar abaixo do limite da dor. O corpo humano reage aos contatos de maneira        diferenciada; de qualquer maneira, o toque dá início a um processo energético. Chamo esse procedimento de “Princípio da Ostra”: tocada suavemente, a ostra se abre e mantém-se aberta; com toques mais duros ela se fecha (REICH, 1997, p.37).

O método Feldenkrais foi desenvolvido por Moshé Feldenkrais (1904-1984), nasceu na Rússia, fez doutorado em Física na Sourbonne em Paris, após uma lesão corporal grave passou a desenvolver seu método e aprofundou seus estudos em biomecânica, neurofisiologia, psicologia entre outros e em 1949 publicou o livro Body and Mature Behavior e passou a ser procurado por pessoas com dificuldades motoras e psíquicas (FELDENKRAIS, 1981).
Feldenkrais (1949), afirma que apesar do discurso de que o homem deve ser visto como unidade, as terapias atuam de forma fragmentada, cada uma dando ênfase a determinadas particularidades do indivíduo e sua proposta seria a integração dos sistemas esqueléticos, neuromuscular, ambiental e os processos de desenvolvimento.
Segundo Romano (2003), Feldenkrais baseou-se no desenvolvimento infantil e privilegiou o movimento como instrumento de investigação e auto-conhecimento. É um técnica corporal de educação somática. Tem duas modalidades, a forma individual que é denominada de integração funcional onde há um diálogo sem palavras entre o corpo do paciente e as mãos do terapeuta, onde busca-se novas formas de mover-se integralmente.
O trabalho realizado em grupo é chamado de consciência pelo movimento, os movimentos são realizados a partir de comandos verbais e devem ser realizados de forma suave e com percepção, para seu próprio movimento, não há metas ou formas corretas de se realizar, cada um em contato com seu próprio corpo, descobre novas possibilidades.
Hoje o método tem total respaldo no conceito de plasticidade neuronal. Em 1949 ele já afirmava: “Não quero corpos flexíveis e sim mentes flexíveis”.
E dizia que o segredo era que não se poderia aumentar a sensibilidade, auto-percepção sem reduzir o esforço (FELDENKRAIS,1984).
Segundo Feldenkrais (1977), cada pessoa se move, fala e sente de modos diferentes, de acordo com a auto-imagem que construiu sobre si. Essa auto-imagem governa nossos atos e é condicionada pela hereditariedade, educação, cultura e auto-educação.
Para mudar nosso modo de ação, devemos, devemos mudar a imagem própria que temos de nós mesmos, o que deve ocorrer é uma mudança na dinâmica das nossas reações e não uma mera substituição de uma ação por outra. Essas mudanças envolvem alterações nas motivações e a mobilização de todas as partes do corpo a elas relacionadas.
Segundo Feldenkrais (1981) o aprendizado deve ser prazeroso, e deve-se permitir o tempo necessário para que cada assimilar a ideia do movimento e se organizar para realiza-lo com leveza e suavidade. Os movimentos são pouco habituais tentando mudar padrões rígidos de movimento, por exemplo, sempre movemos os olhos e cabeça juntos, experimente mover a cabeça para direita e os olhos para esquerda. Essa é uma possibilidade totalmente nova.
As atitudes como gostar e não gostar, conceitos, relacionamentos ou estados emocionais, são todos baseados em padrões de ações físicas, posturais e musculares. Eles são passíveis de mudança e devem ser modificados se estivermos dispostos a alterar nosso estilo de vida de modo profundamente satisfatório (KELEMAN, 1994).
A consciência pelo movimento é um método que ensina a não desistir da liberdade. O Dr. Moshé Feldenkrais, fundador do método, criou um processo de aprendizagem pelo qual as pessoas podem aprender com paciência, delicadeza e segurança, num ambiente cálido[...]. Quando as pessoas se conscientizam de suas opções mais amplas, suas barreiras psicológicas perdem o poder sobre elas. Elas alcançam o outro lado não só capacitadas a transitar nas vastas expansões da liberdade, mas ainda portando a dignidade de serem soberanas em suas ações, capazes de escolher a maneira como desejam viver (ALON, 2000).

O processo de consciência pelo movimento afia a ligação da pessoa com a inteligência do seu organismo. Você não sabe o que não sabe e só quando se permite experimentar uma maneira de agir que nunca tenha tentado antes é que será capaz de sentir que está acontecendo algo novo, logo, não faça algo bem, faça de outro jeito (ALON, 2000).
Gaiarsa in FELDENKRAIS (1977) afirma que Feldenkrais demonstra que as frustrações e inabilidades não se tratam apenas de má organização de movimentos, mas de uma má organização da personalidade inteira, com margem enorme de esforço, desperdício, ineficiência e sofrimento, há grande importância psicológica nos movimentos e que seria bom combinar Feldenkrais e Reich.
Basta perceber e elaborar com cuidado a noção: o que Reich denomina couraça muscular de caráter (soma de todas as nossas deficiências motoras funcionais- aquelas mesmas que Feldenkrais permite corrigir) pode ser expresso também pelo termo ATITUDE. Assim a conexão psicossomática e psico-muscular se faz completa.(FELDENKRAIS,1977, p.13).

Gaiarsa afirma que Feldenkrais nos ensina a amar o corpo – na maneira de trata-lo. E depois de aprender a tratar o corpo com atenção, delicadeza e cuidado, pode-se vê-lo responder fácil e claramente ao que se fez por ele, descobrimos que aprendemos a amar o que está dentro dele: nós mesmos (FELDENKRAIS, 1977).






REFERÊNCIAS:
ALON, R. Espontaneidade Consciente. São Paulo: Summus, 2000.
BAKER, E.F. O Labirinto Humano: Causas do bloqueio da energia sexual. São Paulo: Summus, 1980.

FELDENKRAIS, M. Body and Mature Behavior: A study of anxiety, sex, Gravitation, and learning. London: Routledge and Kegan Paul, 1949.

FELDENKRAIS, M. Consciência Pelo Movimento. Sétima edição. São Paulo: Summus, 1977.

FELDENKRAIS, M. The elusive obvious. Califórnia: Meta publications, 1981.

FELDENKRAIS, M. The máster moves. Califórnia: Meta publications, 1984.

KELEMAN, S. Realidade Somática: Experiência Corporal e verdade emocional. São Paulo: Summus, 1994.

NAVARRO, F. Caracterologia Pós-reichiana. São Paulo; Summus, 1995.

NAVARRO, F. Metodologia da vegetoterapia caractero-analítica. São Paulo: Summus, 1996.

REICH, E. Energia Vital pela Bioenergética Suave. São Paulo: Summus, 1998.

REICH, W. A Função do Orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 2004.
REICH, W. Análise do Caráter. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
ROMANO, D. Introducción al método Feldenkrais: El arte de crear consciência através del movimento.

TROTTA, E. “Metodologia da Orgonoterapia”. Revista da Sociedade Whilhelm Reich/RS, Brasil, v.3, p. 32-57, 1999.


Kelly Cristine Vieira Lemos/RJ – Fisioterapeuta do INTO, especialista em neuropediatria pela UFSCar. Terapeuta Reichiana formada pelo núcleo de psicoterapia reichiana/RJ. Formação pela International Feldenkrais Federation. Cursando mestrado em psicossociologia pela UFRJ.
E-mail: kcvlemos@yahoo.com.br





terça-feira, 21 de agosto de 2012

O CORPO COMO SINFONIA

 Dia 10/11/12
INSTITUTO DA DANÇA- ipanema
(10 às 17hs)

Você já parou para perceber e sentir a melodia do seu corpo?
Há uma sinfonia acontecendo o tempo todo, sem intervalo. Neste momento enquanto lê esse texto, você pode imaginar todos os processos que acontecem no plano de fundo?
Como você tem afinado este lindo instrumento?
Que melodia você expressa através do seu corpo?
Você pode expressar uma sinfonia desafinada, cada parte tocando separada gerando uma falta de harmonia .
Você pode expressar uma doce melodia com leveza e prazer nas suas ações.

Como você percebe sua expressão?
Podemos pensar no corpo como uma grande orquestra que  necessita se afinar para expressar sua melodia sua sinfonia.
Os processos fisológicos acontecem até enquanto você dorme, não param nunca, você já parou para perceber isto?
O coração distribui o sangue por todo corpo para que todos os órgãos funcionem bem. Seu sistema linfático recolhe as impurezas, o que já não tem mais função para o corpo,  e os órgãos excretores os eliminam. O sistema nervoso, com seus bilhões de neurônios, permitindo você perceber a realidade, se comunicar, se mover...  Imagine o que cada órgão faz nesse exato momento.
O corpo sempre é nosso aliado. E uma linda sinfonia acontece incessantemente sem que nos demos conta....
Há ainda os processos psíquicos, emocionais e espirituais da existência que só podemos vivê-los através do corpo.
O corpo é a expressão da alma!
Podemos descobrir que a cada momento temos a opção de tocar uma sinfonia diferente, é fácil perceber isto ou vc toca sempre a mesma sinfonia independente da situação?
Este trabalho é um convite a descobrir seu corpo como um aliado e as diversas possibilidades que ele te oferece. Se seu instrumento parece meio desafinado, é porque ele tenta te comunicar novas sinfonias e possibilidades que vc não pôde perceber.
“O corpo é a alma invisível e a alma é o corpo invisível. Ele não são divididos, mas parte um do outro. Você deveria amar o corpo, aceitar o corpo, respeitar o corpo e sentir gratidão pelo seu corpo....
O corpo é o mecanismo mais complexo da existência, ele é simplesmente MARAVILHOSO!!!!” (Osho, body and mind).